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Aplicação dos conceitos ESG no desenvolvimento organizacional

Se eu puder elencar um “Top 5” de assuntos mais relevantes no cotidiano, tanto em questões de sociedade quanto em gestão, com certeza listarei o ESG.

O acrônimo que sintetiza os termos em inglês “Environmental” (Meio Ambiente), “Social” (isso mesmo) e “Governance” (Governança Corporativa). Aqui no Brasil, pode ser resumido por “Sustentabilidade” e tem seu acrônimo em português ASG (Ambiental, Social e Governança). Hoje segue muito além do discurso e respondendo àqueles que acham que o tema é “modinha”, está mostrando que veio para ficar. Muitos dos acessos a investimentos passam por comprovações de conformidade a esses aspectos. Ferir esses princípios também gera prejuízos na reputação, impactando o alcance aos seus objetivos estratégicos. O tema é tão amplo que pode ser sintetizado no gráfico “Espectro ESG” abaixo representado.

Esse movimento aprimorado (não é novidade, pois estudei muito no colégio quando criança nos anos 80 e acompanhei a ECO 92 com entusiasmo quando adolescente) produz muitas oportunidades em termos de competitividade, geração de valor às marcas e aos stakeholders (partes interessadas). Temas como aquecimento global, convulsões climáticas, responsabilidades das organizações (e seus gestores) em suas atividades e seu impacto no planeta são pautas de discussões desde as altas cúpulas da ONU até aos debates etílicos mais animados em bares de todo o planeta.

Normalmente os jovens tendem a estar mais alinhados com as agendas ESG e seus valores. Inevitavelmente isso acaba por influenciar em suas escolhas de consumo e profissionais. Quando as organizações investem na sua marca empregadora e praticam o conceito do “Walk the talk” ou seja, praticam o que pregam, isso potencializa a atração aos seus quadros profissionais pessoas alinhadas com os conceitos ESG.

Isso também propicia uma eficácia na capacitação desses profissionais, pois procuraram vivenciar tais preceitos, indo além das obrigações legais. Logo, conseguem contribuir com a conformidade interna e potencializa a identificação de novas oportunidades oferecidas por esse novo horizonte que surge. Profissionais engajados e motivados, em organizações que praticam o ESG, possuem o potencial de reter tais talentos – que por sua vez reforçam com sua networking para… atrair novos talentos. 

Um dos meus conceitos de liderança preferidos é aquele que cita o liderar pelo exemplo. Pesquisas diversas demonstram que gestores ruins no trato figuram entre os principais motivos que levam a pedidos por demissão. Por isso, as ações de gestão de pessoas impactam sim o “S” do social dentro da empresa e não somente aos aspectos externos já citados. Isso passa pelo dia-a-dia, um ambiente de trabalho saudável e com respeito, além de atitudes como reconhecimento e valorização profissional, o que pode passar por envolver talentos em projetos. Vislumbrar um plano de carreira passa também o que a organização empresa tem a ver com o futuro que elas querem.

Com o passar do tempo, organizações que se tornam “ficha suja” no que se refere a como lidam com seus profissionais e fornecedores deixam de obter certificações, que são pré-requisitos não só perdem acesso a crédito, mas perda de valor tanto por queda de preço das ações (quando operam por capital aberto) quanto pelos danos na imagem, repelindo a escolha de parceiros de negócios, consumidores e talentos.

Um outro aspecto de escolha profissional dos jovens reside na qualidade de vida. As novas gerações avaliam questões de custos de espaço e remuneração. O mesmo vale para a sensação de pertencimento. Além de ter a certeza de que seu trabalho é justo com seus princípios, estímulo da organização a ações de voluntariado, projetos na esfera socioambiental reforçam o engajamento e retenção dos profissionais. As decisões de candidatura passam por meio de análises das redes sociais e interações com pessoas, meio o qual pode ser possível se ter uma noção da cultura organizacional – em especial quanto a competitividade – e pensar se vale a pena entrar numa empresa em que rapidamente se deparam com uma estafa física e mental.

Hoje as pessoas físicas têm acesso mais fácil a diversos tipos de investimentos e diversos fatores podem influenciar suas escolhas. Desde a infância é crescente o número de crianças que aprendem educação financeira nas escolas e com isso tem contato com as organizações as quais confiam suas economias. Nesse ponto, a informação é crucial nessa tomada de decisão. A transparência além do previsto nas boas práticas de governança, desde as escolhas na gestão e nas ações realizadas (incluindo social e sustentabilidade) também podem influenciar na atração de talentos – nesse caso, os jovens investidores. Por isso é fundamental às organizações que deem importância ao tema que se fala, indo muito além da Comunicação.

Reforçando o início do artigo, o ESG/ASG está sedimentado nas organizações muito além da oportunidade comercial, gerando reforço à marca e aos processos de atração, desenvolvimento e retenção de Talentos. E com isso essa transformação das organizações viabiliza seus objetivos de contribuir com o planeta por meio da atuação de pessoas genuinamente alinhadas com seus propósitos.

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Leandro Burla

Especialista em Compliance, Qualidade, Projetos e diversas soluções para a superação dos resultados.

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